quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A Relevância do Discipulado Cristão


A palavra “discípulo” mathetes é usada 269 vezes nos Evangelhos e em Atos. Significa pessoa “ensinada” ou “treinada”, aluno, aprendiz.
Nos Evangelhos Jesus define a palavra discípulo pelo menos de cinco maneiras:

•Discípulo é um crente que está envolvido com a Palavra de Deus de maneira contínua (Jo 8.31).
•Discípulo é aquele que ama sacrificialmente, sem medir esforços (Jo 13.35; 1ªJo 3.16).
•Discípulo é alguém que permanece diariamente em união frutífera com Cristo (Jo 15.8).
•Discípulo é aquele que assume a sua cruz e segue a Cristo (Lc 14.27).
•Discípulo é aquele que renuncia tudo que tem (Lc 14.33).
Ser cristão não significa automaticamente ser discípulo. Embora, os cristãos sejam membros do reino de Deus, ser discípulo significa seguir a Cristo, implica aceitá-lo como Senhor e servi-lo com amor (Jo 12.35).
Todos nós pastores reconhecemos que a classe de novos convertidos na Escola Bíblica Dominical é uma expressão ou extensão do amplo ministério do discipulado; ministério esse, pessoal, ilimitado e flexível. Contudo, temos que admitir que o discipulado exige um maior esforço por parte do pastor e das lideranças da igreja de um modo geral.
Um ministério de discipulado atuante é sem dúvida um desafio que a igreja deve priorizar, visto que a base do seu crescimento e estabilidade espiritual depende também da formação dos novos discípulos. Um discípulo mal formado, na seara cristã terá maiores dificuldades ao enfrentar os obstáculos da vida espiritual; e poderá ser, inclusive, presa fácil dos conturbadores das doutrinas bíblicas.
Apesar do espaço limitado desta publicação quero apresentar alguns aspectos que a meu ver são de suma importância para a implantação de um departamento de discipulado efetivo e atuante.
Inicialmente, a escolha de um líder capaz e vocacionado. Esse líder tem que ser alguém que se disponha a cuidar dos novos discípulos e a coordenar os discipuladores. Outro aspecto imprescindível é a formatação de um programa de treinamento para a equipe que irá trabalhar discipulando os novos convertidos.
A despeito desse programa de treinamento quero propor resumidamente um plano prático para elaboração de um projeto de implantação de um ministério de discipulado.
Na primeira parte do programa deve constar essencialmente o perfil do aluno.
Quem são esses alunos? Naturalmente são os novos convertidos. A diferença e a ênfase está justamente nisso: não são alunos comuns. São como crianças recém-nascidas em Cristo e que precisam ser identificadas logo após o nascimento, ou seja, logo que aceitam a Jesus como salvador.
Para traçar o perfil desse novo convertido, a equipe de discipulado da igreja após identificá-lo deve recepcioná-lo imediatamente através de uma ficha de identificação e triagem. Na triagem vem o primeiro contato com a pessoa que acabou de aceitar a Cristo, ocasião em que ela será conduzida à parte, de preferência, a uma sala ou a secretaria do templo para receber as primeiras instruções.
Qual a finalidade desse trabalho? Orientar sobre os principais trabalhos da igreja; oferecer literatura adequada, e preencher a ficha de identificação para o conhecimento da realidade de cada novo convertido.
É importante traçar o perfil do aluno do discipulado porque são pessoas especiais que requerem atenção especial. São totalmente dependentes espiritualmente. Daí precisar de alimentação adequada (leite racional, 1ªPe 2.2). A princípio a criança é alimentada pelos outros, mais tarde começa a alimentar-se por conta própria e finalmente, quando adulta, passa a alimentar outros.
Um dos alvos do fazedor de discípulos é ensinar o discípulo a alimentar-se. Não é suficiente o contato que o professor tem com o aluno durante a aula da Escola Bíblica Dominical. O professor deve proporcionar um meio ambiente propício para um inter-relacionamento com outros crentes onde se compartilham idéias, verdades aprendidas na Palavra de Deus, aspirações e onde haja compreensão sobre o contexto da comunhão cristã (Ef 4.13). Pois, o novo discípulo precisa de um referencial no novo grupo de convivência. Geralmente a primeira referência do novo convertido na igreja é o professor (discipulador) de sua classe na EBD.
Para a segunda parte do programa que estamos propondo temos o perfil do professor.
Em linhas gerais o professor da classe de novos convertidos precisa ser um crente fiel, espiritual e seguro conhecedor das doutrinas bíblicas; além de ter comprovada capacidade para ensinar. Os professores da EBD são freqüentemente escolhidos pelos líderes. Isso porém, não significa que todos os escolhidos são vocacionados por Deus. Os vocacionados devem ser dedicados “se é ensinar, haja dedicação no ensino” (Rm 12.7b). Ser professor é diferente de ocupar o cargo de professor.
O professor deve saber e dominar o que vai ensinar. Conhecer bem a Palavra, o currículo, a lição que está ensinando e o método que está usando. Este conhecimento deve fazer parte da sua experiência.
Dentre as atribuições que compõem o perfil de um professor de discipulado, destacamos as seguintes:

•Saber planejar as aulas;
•Ter objetivos claros e definidos em cada etapa do ensino;
•Entender o processo de aprendizagem;
•Conhecer variados métodos de ensino;
•Ensinar com motivação;
•Viver o que ensina;
•Despertar o aluno para salvação e o crescimento espiritual;
•Ser crente integrado a sua igreja: presença nos cultos e atividades da igreja; ser dizimista e manter-se afastado dos ventos de doutrinas;
•Esforçar-se para ser uma pessoa eticamente correta.
O fim prático do ofício do professor é ensinar. O momento principal do ensino é a aula. A aula é a exposição de um assunto, do tema proposto para aquela ocasião. A aula, portanto, não é o todo do ministério do professor, mas é, com certeza, o núcleo de seu ofício. A essência da expressão de sua vocação. A aula é o momento em que o professor se revela e se realiza.
Para concluir o programa que estamos propondo queremos ressaltar o método de ensino.
Esse método deve em primeiro lugar objetivar um plano de cultivo de resultados, ou seja, a integração dos novos crentes. Nesse método deve constar o estudo sistemático de conhecimentos teológicos mínimos, tais como: Deus, Jesus Cristo, Espírito Santo, Trindade, Homem, pecado, soteriologia (regeneração, redenção, expiação, propiciação, justificação, justificação) e também o ensino sobre a necessidade do batismo em águas, seu valor, significado e a forma bíblica do batismo; a finalidade da Santa Ceia e o ensino sobre a origem, a natureza, missão e destino da Igreja.
O ministério de discipulado eficaz é um desafio que demanda tempo e muito trabalho. Elaborar um programa é apenas parte do processo. Nossa maior preocupação deve ser com o nosso nível espiritual. A capacitação para o trabalho vem do Senhor, nosso Deus. Contudo, o discipulador não pode olvidar de buscar o preparo intelectual. O ensino eficaz continua sendo aquele ministrado nos domínios do Espírito Santo, “porque é Ele que penetra às profundezas de Deus” (1ªCo 2.10).
Por fim, reconhecendo a importância do assunto em foco e pela forma suscinta pelo qual foi apresentado, quero colocar a disposição dos amados que tenham interesse em criar ou ampliar o ministério de discipulado de sua igreja o projeto que implantamos, o qual tem sido uma verdadeira bênção para nossa igreja. Informações, veja endereço abaixo.
Quero concluir transcrevendo as palavras de Billy Graham que é o lema do discipulado da nossa igreja: “A salvação é de graça, mas o discipulado custa tudo que temos”.

Em Cristo Jesus e porque Ele vive!

Pr. Antonio José Azevedo

Data: 02-11-2009 14:17:47
Canal: Palavra Pastoral

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